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Já se vende pão online. Poderão outros negócios seguir o exemplo?


November 8, 2022


A pandemia de COVID-19 evidenciou a impreparação para o digital de muitas pequenas e médias empresas (PME) portuguesas, forçando-as a acelerar a sua digitalização quando o online era a única opção para a continuidade do negócio e, portanto, a chave para a sobrevivência. Assim, para muitas empresas tradicionais a transformação digital deixou de ser uma opção e passou a ser um imperativo da realidade – transversal a todos os pequenos comércios e serviços, igualmente aplicável tanto a uma padaria como a uma loja de eletrodomésticos de bairro, por exemplo.

Segundo a IDC, 70% das PME vão aumentar significativamente o seu investimento em tecnologia até 2026. Efetivamente, hoje já é possível vender praticamente qualquer serviço e produto na internet – contudo, para que tal seja feito da melhor forma, é necessário definir uma estratégia digital e aplicá-la corretamente. É fundamental começar por estabelecer a estratégia que melhor serve os objetivos de negócio e definir em que use cases e soluções tecnológicas investir, no sentido de concretizar os benefícios que resultam da digitalização.

 

Transformação digital nas PME: o que considerar?

A transformação digital é um processo gradual, que pode ser complexo. É uma transformação que vai muito além dos equipamentos ou das aplicações, pois envolve as pessoas e a própria cultura organizacional. Contudo, acreditamos que os potenciais benefícios desta transformação são determinantes para aumentar a agilidade, a resiliência e a produtividade, criando as condições para o crescimento sustentável do negócio. Para isso, em nosso entender, é necessário acautelar alguns aspectos essenciais:

Definir uma estratégia digital com base nos objetivos de negócio da empresa. Reveja as metas que pretende conquistar a curto, médio e longo prazo e pondere que transformações tecnológicas, processuais e organizacionais devem ser consideradas, e quando, para que as possa concretizar. É importante ir aferindo o impacto da transformação com métricas de negócio, de forma a validar os benefícios da execução e o mérito da estratégia.

Escolher os parceiros que maximizem as probabilidades de sucesso na execução da estratégia pelo valor que aportam em termos de especialização e experiência. De acordo com estudos de consultoras como a McKinsey, BCG, KPMG e Bain & Company, a percentagem de projetos de transformação digital que falham situa-se entre 70% e 95%, e uma das razões apontadas está relacionada com o ecossistema selecionado.

Investir nas tecnologias e use cases mais adequados à sua realidade e à estratégia definida. Considere sempre que está a apostar em inovação – seja em Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), digitalização e automatização de processos, ou uma nova tecnologia de comunicações. Tudo depende das suas necessidades específicas e não existe uma fórmula única. O que resultou para outra empresa pode não ser relevante para a sua, mas talvez valha a pena começar pela base e avaliar a necessidade de uma infraestrutura digital resiliente, simples de operar e segura, que proporcione a performance e a visibilidade necessárias para desenvolver com confiança a dimensão digital do seu negócio.

Envolver e capacitar os colaboradores. A educação digital dos colaboradores, no sentido de melhorarem as suas competências, é absolutamente fundamental para que as empresas obtenham ganhos significativos de produtividade e se mantenham ágeis e competitivas. Para além disso, a formação contínua e a valorização profissional são também ótimas ferramentas de motivação e retenção do melhor talento.

Contemplar a segurança dos dados, do ambiente de trabalho dos colaboradores (seja no escritório, em casa ou em mobilidade) e dos recursos digitais e físicos, desde o início e continuamente em todos os processos. Com a digitalização, as empresas tornam-se mais sofisticadas e também mais expostas. Isto introduz riscos de segurança que talvez não existissem antes – mas é preciso ter em conta que todas as empresas estão expostas a ciberataques, e que as de menor dimensão (como as PME) são consideradas especialmente vulneráveis, porque não costumam poder contar com uma equipa de segurança dedicada. Assim, é essencial encontrar soluções de segurança eficientes e integradas, reduzindo o número de fornecedores e simplificando a deteção e mitigação de incidentes, minimizando os riscos das operações diárias e melhorando a resiliência do negócio.

Ter consciência da necessidade de garantir a continuidade do processo. Uma transformação digital bem sucedida é aquela que perdura, passando a fazer parte integrante da cultura empresarial para sempre – as empresas têm de se transformar e muitas vezes reinventar, continuando a investir em inovação e na formação e valorização dos seus colaboradores, para que continuem a prosperar e a crescer num mercado em permanente mudança.

 

O papel das PME na digitalização do país

Acelerar a digitalização do país foi sempre um objetivo e um foco da Cisco Portugal, que ganhou forma em 2018 com a assinatura do memorando de entendimento com o Governo nacional, que está na génese do programa Country Digital Acceleration (CDA) no país. De forma sumária, o propósito deste programa é acelerar a inovação e a transformação digital nos domínios nos quais a Cisco aporta valor, pela sua especialização e experiência, impactando positivamente o crescimento económico, a educação e capacitação, a inovação e a competitividade, assim como a inclusão social e a qualidade de vida. Pretendemos agir como catalisador e parceiro estratégico na aceleração da transformação de base tecnológica, com impacto e em escala, apoiando a execução de projectos transformacionais, em sintonia com as prioridades nacionais.

É importante que o tecido empresarial português e todos os agentes económicos compreendam que a transformação digital ocorre quando a tecnologia é utilizada para mudar a forma como as empresas operam, principalmente no que diz respeito às suas próprias pessoas (produtividade e retenção de talento), às interações com os clientes (experiência e fidelização) e ao modo como o valor é criado (competitividade, agilidade e resiliência). Para as PME, o futuro sustentável passa necessariamente por aumentar a incorporação de tecnologia nos processos de negócio, consolidando-a com o fator humano que não pode ser descurado. No entanto, é inegável a forte escassez nas competências e recursos disponíveis, e os gestores precisam de agir decisivamente para reduzir o seu impacto na execução da estratégia, apostando na formação e procurando igualmente construir as parcerias certas para o apoiar na mudança.

A transformação digital não é uma consequência temporária da pandemia. É uma oportunidade de iniciar um novo caminho no sentido do crescimento, da resiliência e da sustentabilidade. Fale connosco ou com os nossos parceiros e construa a confiança para transformar o seu negócio. Afinal, até já se vende pão online – porque não seguir o exemplo no seu negócio?

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