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A vida digital e o necessário cuidado com a segurança e a privacidade dos dados


05/11/2020


Como num piscar de olhos fomos colocados numa rotina digital sem nenhum precedente na história. Todos os serviços, sejam eles de negócios, do governo ou de entretenimento, receberam uma versão digital e aqueles que ainda resistem à mudança estão, sem sombra de dúvidas, com os dias contatos. O processo de digitalização foi tão acentuado e necessário que há um esforço concentrado em todas as instâncias sociais para que os cidadãos se tornem digitais e, não só isto, tenham acesso à uma infraestrutura que lhes permitam estar conectados na maior parte do tempo. Mas esta corrida forçada também deixou uma sequela: os riscos de ciberataques e de violação das informações registraram os mais altos índices da história. E temos que, também de forma acelerada, combater estes inimigos nocivos.

Dois estudos globais, divulgados pela Cisco recentemente, indicam a relação direta e proporcional entre a vida digital e a preocupação com segurança e a privacidade dos dados. O Brasil se destaca em ambos, porque já sofremos na pele os efeitos das ameaças digitais. Difícil é encontrar por aqui um usuário que nunca tenha recebido um email malicioso ou mesmo uma mensagem por aplicativo sugerindo um negócio “vantajoso”, por exemplo.

No estudo global Consumer Privacy (Privacidade do Consumidor) da Cisco, realizado com 2.600 pessoas em idade adulta,  a preocupação brasileira com a privacidade dos dados fica evidente quando observamos o item relacionado à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Quase a metade dos entrevistados (42%) avaliam positivamente o impacto da lei que entrou em vigor em setembro último. O estudo também nos mostra que a pandemia não pode ser usada como um artifício para baixarmos a guarda da privacidade dos dados. Em resposta, os consumidores querem pouca ou nenhuma mudança nas regras já estabelecidas, sejam locais ou mundiais. E mais: querem que as empresas sejam responsáveis e transparentes sobre como usam os dados de seus clientes.

A segunda pesquisa anual de privacidade do consumidor da Cisco constatou que:

  • 60% dos entrevistados estavam preocupados com a privacidade das ferramentas de colaboração remota;
  • 53% querem pouca ou nenhuma mudança nas leis de privacidade existentes;
  • 48% sentem que são incapazes de proteger efetivamente seus dados hoje, e a principal razão é que eles não conseguem descobrir o que as empresas estão fazendo com seus dados;
  • 56% acreditam que os governos devem desempenhar um papel primordial na proteção dos dados dos consumidores, e os consumidores apoiam fortemente as leis de privacidade promulgadas em seu país.

Em se tratando de segurança dos dados, o crescimento do teletrabalho ou trabalho remoto estampou um despreparo das organizações para lidar com conexões fora do ambiente controlado.  O relatório Future of Secure Remote Work  (O Futuro do Trabalho Remoto) descobriu que a maioria das empresas em todo o mundo estava, na melhor das hipóteses, apenas um pouco preparada para apoiar sua força de trabalho remota. Mais uma vez o Brasil se destaca na maioria das informações registradas pelo relatório, por uma simples explicação: estamos entre os principais destinos dos ataques cibernéticos.

A boa notícia é que houve um crescimento acentuado da adoção de tecnologias que permitem aos funcionários trabalhar com segurança de qualquer lugar e em qualquer dispositivo – preparando as empresas para serem flexíveis em qualquer que seja o cenário do futuro. A pesquisa constatou que:

  • Para 85% das organizações a segurança cibernética é extremamente importante ou mais importante do que antes da COVID-19. No Brasil este índice chegou a 95%;
  • O acesso seguro é o principal desafio de cibersegurança enfrentado pela maior proporção de organizações (62%) no mundo ao apoiar trabalhadores remotos. No Brasil, a privacidade de dados é o maior desafio para as organizações (68%), seguido pela segurança de dados (63%);
  • Um em cada dois entrevistados disse que os dispositivos, incluindo/o laptops corporativos e dispositivos pessoais, são um desafio para proteger em um ambiente remoto;
  • 66% dos entrevistados indicaram que a situação da COVID-19 resultará em um aumento nos investimentos em segurança cibernética. O Brasil apresentou o índice mais alto entre os países pesquisados, com 78% dos entrevistados afirmando que haverá aumento nos investimentos em cibersegurança.

As organizações têm agora a oportunidade de construir confiança incorporando privacidade em seus produtos e comunicando suas práticas de forma clara e simples aos seus clientes. Como diz meu colega Jeetu Patel, SVP e GM do negócio de Security & Applications da Cisco: “segurança e privacidade estão entre as questões sociais e econômicas mais significativas de nossas vidas. A segurança cibernética historicamente tem sido excessivamente complexa. Com esta nova maneira de trabalhar que deve ficar e as organizações que buscam aumentar seu investimento em cibersegurança, há uma oportunidade única de transformar a maneira como abordamos a segurança como uma indústria para melhor atender às necessidades de nossos clientes e usuários finais.”

Deixo aqui um alerta em relação à LGPD: a privacidade é muito mais do que apenas uma obrigação de conformidade. É um direito humano fundamental e imperativo empresarial fundamental para construir e manter a confiança do cliente. O cuidado com os dados e a segurança da informação deve ditar o ritmo dos negócios daqui para frente, já que ingressamos no caminho, sem volta, da construção da sociedade digital. Vem aí o 5G e com ele uma curva ainda mais acentuada de implementações de conectividade dos negócios e das atividades sociais. Melhor agir já do que lamentar junto a clientes e stakeholders mais tarde.

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