Nos últimos 5 anos, o número de dispositivos conectados a uma rede Wi-Fi aumentou consideravelmente, devido ao crescimento do número de usuários e da Internet das Coisas (IoT). Além disso, o aumento da capacidade de computação e a demanda cada vez maior por tráfego desses dispositivos tornaram o ambiente de rede sem fio muito mais complexo de controlar e, portanto, o uso do espectro por parte desses dispositivos exige maior eficiência.
Com base nesses fatores, o grupo de trabalho 802.11 do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE) desenvolveu o Wi-Fi 6 (também conhecido como 802.11ax), um acréscimo ao padrão Wi-Fi 802.11-2016. Desse modo, foram introduzidas inúmeras melhorias que, em conjunto, permitem uma experiência de utilização de redes Wi-Fi muito superior à que estávamos habituados, mesmo em condições de alta densidade (estádios, conferências, salas de aulas universitárias, etc .)
Tecnologias como UL/DL OFDMA, UL/DL MU-MIMO, BSS Color, TWT (todas introduzidas com Wi-Fi 6) possibilitam que você tenha uma sessão WebEx de videoconferência em alta definição com ferramentas colaborativas, ao mesmo tempo que outras pessoas conectadas à rede assistem a um filme 4k ou jogam on-line, sem travamentos ou interrupções no tráfego da rede de qualquer tipo.
Acompanhando essa evolução na tecnologia Wi-Fi, a Cisco desenvolveu um portfólio de access points sem fio, oficialmente certificados pela WiFi Alliance e que possuem todas as tecnologias introduzidas no padrão Wi-Fi 6.
O portfólio permite pensar em uma rede Wi-Fi 6 para ambientes de todos os tipos e tamanhos; desde trabalho remoto até escritórios, escolas, shoppings e estádios. Seja com uma solução Cisco Catalyst ou Cisco Meraki, atendemos às necessidades de qualquer perfil de cliente.
O que vem por aí
Embora essas melhorias representem um alívio em termos do consumo do espectro eletromagnético nas redes Wi-Fi, sabemos que o crescimento da demanda de tráfego continuará, e até mesmo irá acelerar nos próximos anos.
Wi-Fi 6E (6 Ghz)
Desse modo, a FCC dos Estados Unidos já aprovou o uso da banda de 6 Ghz para o espectro Wi-Fi e várias outras regiões estão prestes a aprovar também, com Brasil e Chile em nossa região já prontos para usar a frequência de 6 Ghz sem licença. Com isso, a quantidade de espectro disponível para redes sem fio é multiplicada por quase 5 (aproximadamente 1200 Mhz adicionais de largura de banda).
Ter um novo espectro traz dois benefícios imediatos:
Mais canais: ao contar com novos canais (59 de 20 Mhz), teremos menos problemas relacionados a interferências. Isso possibilita uma manutenção e operação de rede mais simples.
160 Mhz: relacionado ao aumento do número de canais, agora temos a possibilidade de finalmente poder agrupá-los para ter uma largura de banda de 160 Mhz. Isso permite que aplicativos que têm alta demanda de largura de banda, como aplicativos de Realidade Aumentada e/ou Realidade Virtual, comportem-se com fluidez, oferecendo aos usuários uma experiência sem precedentes.
Além disso, todas as melhorias introduzidas no Wi-Fi 6 terão um impacto positivo na eficiência da utilização da frequência de 6 Ghz, como acontece atualmente. E, finalmente, os problemas de DFS podem ser deixados para trás, permitindo, agora, projetar redes de alta densidade com largura de banda para aplicativos e usuários exigentes.
Embora pareça haver um longo caminho a percorrer para a adoção do Wi-Fi 6E, basta mencionar duas coisas para perceber que ele chegará muito mais cedo que o esperado:
No último janeiro, a WiFi Alliance apresentou o anúncio sobre seu programa de certificação para Wi-Fi 6E.
No CES2021, mais da metade dos pontos de acesso sem fio introduzidos para o mercado de consumo de massa é Wi-Fi 6E. Seguindo a mesma direção, a Samsung lançou o primeiro telefone com suporte para Wi-Fi 6E, o Galaxy S21.
Isso sem dúvida será o pontapé inicial para o crescimento exponencial no lançamento e adoção de Wi-Fi 6E em dispositivos. Conforme Phil Solis, do IDC, 2021 será o ano do Wi-Fi 6E:
“O Wi-Fi 6E terá uma adoção rápida em 2021, com mais de 338 milhões de dispositivos entrando no mercado, e quase 20% de todos os lançamentos de dispositivos Wi-Fi 6 compatíveis de 6 GHz até 2022”… “Este ano, esperamos ver novos chipsets Wi-Fi 6E de várias empresas e uma variedade de novos smartphones, PCs e notebooks Wi-Fi 6E no primeiro trimestre de 2021, seguidos por anúncios de produtos de realidade virtual e televisores até o meio do ano“.
Infraestrutura cabeada
A Cisco sempre foi pioneira no desenvolvimento e também na adoção de novas tecnologias, e o Wi-Fi 6E não será exceção. As velocidades acima de 1 Gbps introduzidas no Wi-Fi 6E fazem com que o suporte IEEE 802.3bz nos switches de acesso se torne crítico. Não se esqueça de que o 802.3bz nasceu da NBASE-T Alliance em 2014, promovida pela Cisco, sob o nome de mGig Ethernet.
Por que a adoção do mGig Ethernet se tornou crítica? As razões são as seguintes:
Ao planejar uma atualização de rede Wi-Fi para suportar Wi-Fi 6E, devemos ter em mente que estamos aumentando a velocidade agregada de cada célula Wi-Fi para valores superiores a 1 Gbps, medidos em termos reais.
Por sua vez, a infraestrutura de switch de acesso atualmente usada para conectar access points sem fio normalmente consiste em equipamentos, principalmente, de 24 ou 48 portas de 1 Gbps.
A partir disso, podemos perceber onde está o problema: Sem pensar em uma substituição dos switches, estaríamos usando portas de 1 Gbps para fornecer conectividade a access points sem fio que excedem essa velocidade. Em outras palavras, migrar para uma rede sem fio Wi-Fi 6E e não acompanhar a referida migração com a substituição dos switches para suportar velocidades superiores a 1 Gbps significa que não estamos explorando totalmente o potencial dos equipamentos sem fios Wi-Fi. 6E.
Portanto, na Cisco oferecemos um portfólio de switches projetados para acompanhar essa transição para Wi-Fi 6E da forma mais eficiente, tanto da linha Cisco Catalyst quanto Cisco Meraki.
Resumo
Não há dúvidas de que o mundo do Wi-Fi está em um período de transição, e vemos muitas inovações acontecendo em torno dessa tecnologia.
Se somarmos a isso o que vem acontecendo nas redes móveis com a tecnologia 5G e o impulso do OpenRoaming (suportado por nosso portfólio Wi-Fi com o Cisco DNA Spaces), vemos que, no futuro, a experiência de se conectar a uma rede sem fio, seja Wi-Fi ou celular, será algo seguro, transparente e com uma experiência de usuário muito robusta para o usuário final.
Para saber mais sobre o que está acontecendo no mundo WiFi, fique ligado nos próximos artigos deste blog e visite nosso site.