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Quais são os desafios das redes sem fio na América Latina?


24/06/2019


No meu dia a dia, tenho a oportunidade de conversar com pessoas de toda a América Latina que trabalham com tecnologia para vários tipos de empresas e, de maneira geral, escuto mencionarem sempre a necessidade de conectar um número cada vez maior de dispositivos sem fio à rede. Para muitas dessas empresas, não ter uma rede Wi-Fi em pleno funcionamento significa perder negócios.

 

Se pararmos para pensar, a conectividade sem fio deixou de ser uma forma alternativa de acesso à rede e se tornou imperativa em vários casos: para os robôs de centros de armazenamento, para os dispositivos médicos em clínicas especializadas, para as forças de trabalho que usam tablets para fazer cobranças no ponto de venda. A necessidade de oferecer uma rede sem fio que suporte as demandas do negócio constantemente é notória.

 

Estima-se que em 2022 * o número de usuários de Internet na América Latina vai chegar a 465 milhões (cerca de 69% da população), com aproximadamente 2 bilhões de dispositivos conectados gerando tráfego de vídeo. Isso significa 82% do tráfego total da Internet. Embora nos últimos anos tenhamos identificado uma mudança no comportamento e consumo de dados das redes empresariais na nossa região, essas projeções mostram um novo caminho que deve ser seguido por empresas de todos os portes para que garantam sucesso. Está cada vez mais evidente que a mobilidade e a conectividade sem fio são fundamentais para os negócios na América Latina.

 

Antigamente, os dispositivos que precisavam de conectividade constante eram conectados ao núcleo da rede. Hoje, mesmo esses dispositivos essenciais podem ser sem fio, por isso é importante que a rede sem fio seja tão sólida quanto a cabeada para fornecer acesso ininterrupto aos usuários.

 

As empresas precisam que seus profissionais de TI entendam esses problemas hoje, e se preparem para os desafios que vão enfrentar no futuro próximo. Ter um planejamento estratégico com uma infraestrutura de TI voltada para o futuro é fundamental para que as empresas permaneçam ágeis e competitivas. Então, quando converso com profissionais de TI, frequentemente discutimos a necessidade de nos planejarmos para enfrentar três desafios principais:

 

1: O crescimento exponencial do número de dispositivos conectados

O problema não é apenas o fato de todos os funcionários de uma empresa terem pelo menos um dispositivo (muitas vezes dois) para conectar à rede. A questão é que hoje quem visita a empresa também traz vários, e o número de dispositivos por pessoa (telefone, relógio, fone de ouvido) continua crescendo.

 

Mas essa é apenas a ponta do iceberg. No mundo moderno, tudo está conectado. Desde lâmpadas até equipamentos de diagnóstico médico, não existe praticamente nenhuma nova infraestrutura que não esteja conectada hoje ou vá estar amanhã. E as equipes de TI não estão crescendo proporcionalmente para acompanhar essa expansão. Para que a TI forneça conectividade ininterrupta a todos esses dispositivos, a simplicidade é essencial.

 

2: Confiabilidade e Segurança

Mesmo que as empresas estejam ansiosas para adotar a tecnologia mais recente, as redes precisam ser confiáveis ​​e seguras o tempo todo, independentemente da situação. E quanto mais conexões abrimos, mais exposição a rede tem. As principais ameaças à segurança hoje também são diferentes daquelas contra as quais nos protegíamos há alguns anos. Atualmente, o roubo de dados não é o único desafio. Precisamos proteger as redes e os dispositivos contra sabotagem corporativa. O ransomware agora é usado para liquidar as empresas e seu impacto pode ser brutal. O ataque NotPetya custou a elas mais de US $ 10 bilhões em 2017, e algumas das que foram mais afetadas ficaram completamente comprometidas em menos de quatro minutos.

 

Além disso, a maioria dos dispositivos que acessam a rede das empresas não são laptops ou telefones gerenciados pela TI corporativa. Isso significa que os elementos clássicos da cadeia de segurança, como software antivírus, MDM (Gerenciamento de Dispositivos Móveis) e EDR (Detecção e Resposta de Endpoint), não entram em ação. O aumento da diversidade de dispositivos e sistemas operacionais também pode elevar consideravelmente o número de alertas nas ferramentas antigas de segurança de rede, tornando-as essencialmente ineficazes para o departamentos de SecOps, que já está sobrecarregado com tantos alertas.

 

3: Computação imersiva e em tempo real.

A maneira como interagimos com a tecnologia também está evoluindo. Como a computação se tornou parte do negócio, passamos do processamento em lotes para as linhas de comando, até chegarmos às experiências interativas que temos hoje em nossos computadores e dispositivos portáteis. Agora, caminhamos rumo à era da computação verdadeiramente imersiva, na qual os usuários esperam ter acesso a imagens de alta definição em tempo real como parte da interface. Isso significa não apenas o uso difundido de ferramentas de colaboração de alta definição, mas também de realidade aumentada e virtual em uma série de aplicações de negócios. Essas aplicações, por sua vez, demandam alta largura de banda e baixíssima latência para viabilizar experiências em tempo real. Cada vez mais, a expectativa é que tudo isso possa ser alcançado utilizando as redes com e sem fio.

 

Nossas redes precisam comportar novos níveis de velocidade, confiabilidade e escala. Isso faz parte dos recentes anúncios que fizemos. Temos trabalhado incansavelmente em todo nosso portfólio de soluções de rede, desde o ASIC Wi-Fi até switches de núcleo e software multifuncional, com esse objetivo. Acreditamos que, quando você trabalha com a rede como um todo, de maneira abrangente e não apenas como diversas partes conectadas ao longo do caminho, é possível agregar valor aos negócios em geral.

 

Dependendo do tamanho da sua empresa, você pode encontrar as soluções sem fio que melhor se adequam ao seu modelo, no entanto, o design das nossas soluções de rede atuais e futuras baseia-se em três abordagens de arquitetura, usadas para vencer os desafios que descrevi anteriormente:

 

  • Wi-Fi First: Todas as nossas redes são criadas para oferecer conexão sem fio sempre ativa. Isso significa que, desde o switch até o dispositivo, cada parte da rede deve estar pronta para oferecer acesso ininterrupto e em tempo integral a todos os usuários. Os sistemas de alta disponibilidade têm que estar em todos os lugares, não apenas no núcleo da rede do campus.

 

Ao montarmos uma rede, temos que considerar o impacto das tecnologias sem fio – como o dos novos access points Wi-Fi 6 que suportam quatro vezes a largura de banda dos modelos atuais – enquanto consideramos os sistemas com fio e a infraestrutura existentes. Como a tecnologia sem fio é adicionada à rede cabeada, a rede com fio também precisa evoluir.

 

Além disso, para gerenciar, conectar e proteger com segurança a avalanche de dispositivos gerenciados e não gerenciados nas nossas redes, temos que tratar a rede como uma única malha definida por software. Isso nos permite segmentá-la e garantir que, se um dispositivo estiver infectado com malware, ele não possa ser facilmente propagado para os outros.

 

  • Criado para a nuvem: Uma infraestrutura de rede baseada na nuvem oferece outros recursos ao hardware de rede local, proporcionando acesso à melhoria contínua inerente aos serviços de nuvem. Quando usamos a nuvem, podemos mudar a forma como operamos a rede, oferecer melhor suporte, aprimorar os processos de TI e aplicar inteligência de dados.

 

O gerenciamento de uma rede baseada na nuvem também permite que a Cisco trabalhe com os profissionais de TI de maneira proativa e em tempo real, sempre que há algum problema a ser resolvido, em vez de ter que esperar por uma chamada de suporte. As informações que obtemos de outras redes de nuvem em todo o mundo nos permite atuar de forma dinâmica para mantê-las operando com o máximo de eficiência, além de facilitar as melhorias que as empresas buscam.

 

As empresas podem escolher quais dados compartilhar, se as camadas de controlador e gerenciamento devem permanecer localizadas ou desativadas, e como preferem trabalhar conosco para obter assistência e tirar dúvidas.

 

  • Otimizada por dados: Podemos usar os dados e análises de rede não apenas para torná-las mais seguras e eficientes, mas também para melhorar os resultados de negócios. Esta é a área mais empolgante da evolução das redes.

 

Começamos adotando o modelo reativo de suporte de TI e colocando-o em uma nova base: proativa, baseada em análises de próxima geração. Utilizamos os dados para resolver problemas antes que eles afetem os negócios, ou até mesmo antes de um usuário reclame sobre alguma falha. Se ocorrer um erro, a análise identifica sua causa e abrangência rapidamente, para acelerar a correção. Podemos afirmar com confiança quando um problema está relacionado à rede e quando não está.

 

Outra possibilidade, é usar os dados da rede para melhorar nossa postura de segurança. Usamos telemetria de rede junto com a inteligência global de ameaças cibernéticas do Talos, para discernir padrões de tráfego que indicam a presença de malware no tráfego criptografado, sem precisar descriptografá-lo. Dependendo dessa posição, podemos optar por negar esse tráfego ou por descriptografá-lo seletivamente. Com isso, equilibramos a segurança com privacidade e reduzimos o custo de ter que descriptografar grandes volumes de tráfego.

Próximos passos

Essa arquitetura baseada em resultados é o que estamos construindo ao longo dos últimos dois anos para concretizar nossa visão de uma rede baseada em intenção. Convido você, não importa o tamanho da sua empresa, a descobrir como é possível se beneficiar da adoção de uma arquitetura projetada para a rede sem fio, orientada pela nuvem e otimizada para seus dados.

* De acordo com as previsões do 12º relatório relatório Cisco VNI Mobile para a América Latina

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